Prof. Raquel Gomes
Nesse blog você vai encontrar produções realizadas em meu curso de Tecnologia na Educação: ensinando e aprendendo com as TICs, como também material produzido por mim como: artigos, resenhas, atividades e projetos desenvolvidos com meus alunos, dos cursos de graduação e pós graduação.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023
DESENVOLVENDO APLICATIVOS PORTUGUÊS-LIBRAS PARA O AUXÍLIO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Ma. Jessica Rocha de Souza Cardoso Universidade Federal do Pará (UFPA)
jessicacardoso.libras@gmail.com
Dr. Dionne Cavalcante Monteiro Universidade Federal do Pará (UFPA) dionne@ufpa.br
Ma. Raquel da Silva Gomes Universidade do Estado do Pará (UEPA) raquel.gomes@uepa.br
Resumo
Este trabalho propõe a elaboração de um aplicativo bilíngue (Português-Libras) para o ensino de pessoas
surdas, que apresenta em Português e em Língua Brasileira de Sinais: termos
específicos, conceitos, uma breve contextualização dos conceitos, textos da
disciplina e ementa a partir da proposta da docente. O app foi elaborado a
partir dos conteúdos da disciplina Processos Linguísticos, disciplina
fundamental do curso de Letras Libras, curso ofertado pela Universidade do
Estado do Pará (UEPA) e pode ser utilizado em qualquer área do conhecimento para
apresentar termos específicos para alunos surdos. Esta pesquisa justifica-se
pelo reconhecimento de uma necessidade apresentada pela comunidade surda ao
ingressar no ensino superior, pois enfrenta dificuldade na compreensão de termos
específicos de determinada área, constatou-se tais barreiras linguísticas por
dados bibliográficos e experiências na UEPA ao identificar vivências visuais e
linguísticas peculiares dos graduandos surdos. Portanto, busca-se criar
estratégias de apoio aos docentes a fim de adaptar conteúdos complexos e
dinamizar os conteúdos para formas visuais. No intuito de minimizar as
dificuldades enfrentadas pelos graduandos surdos, partiu-se do seguinte
problema: Como conceber e desenvolver um aplicativo bilíngue (Português-Libras)
para docentes que atuam com graduandos surdos, do curso de Licenciatura Plena em
Letras Libras da UEPA, buscando potencializar a aprendizagem dos termos
específicos da disciplina Processos Linguísticos? O objetivo geral deste
trabalho é conceber e desenvolver um aplicativo bilíngue (Português-Libras) para
buscar potencializar a aprendizagem dos termos específicos da disciplina
Processos Linguísticos. Como resultado da pesquisa constatou-se as dificuldades
enfrentadas por graduandos surdos, no que se refere à compreensão de termos e
conceitos específicos dentro de determinadas áreas do conhecimento, o aumento
significativo de ingresso de pessoas surdas no ensino superior e os benefícios
do uso de recursos tecnológicos, tais como aplicativos, na educação de surdos.
Palavras-chave: Surdos. Educação Superior. Aplicativo. Recurso tecnológico. 1
INTRODUÇÃO
As dificuldades educacionais apresentadas por surdos estão em todos
os níveis de ensino, desde o básico ao superior. Esta pesquisa discute acerca de
alunos surdos no Ensino Superior (ES), que segundo o Censo 2017 realizado pelo
MEC existem 2.138 alunos com surdez matriculados em Instituições de Ensino
Superior (IES).
Considerando as informações acima percebe-se o aumento de acesso
da comunidade surda ao ES nos últimos anos quando comparado ao Censo de 2013 em
que 1.488 surdos tiveram acesso a cursos de graduação no Brasil.
Em experiência como discente do curso de Letras Libras, a pesquisadora vivenciou diversas
situações acerca da educação de surdos no ES, a dificuldade de compreensão que
os surdos sentem ao ler textos em Língua Portuguesa (LP), bem como, o pouco uso
de recursos visuais nas aulas e a falta de materiais bilíngues que auxiliem no
processo de ensino-aprendizagem, aspectos que contribuem para dificuldade na
compreensão de termos específicos das disciplinas iniciais dos cursos de
graduação.
Segundo Daroque e Padilha (2012) na época em que os surdos, que hoje
estão no ES estavam no ensino básico, tiveram uma educação com instrução visando
à alfabetização de ouvintes. Não se discutia a importância da Libras e tampouco
a alfabetização dos surdos na sua primeira língua. Os surdos foram submetidos a
abordagens clínicas e a práticas pedagógicas que buscavam o apagamento da
surdez.
Ao chegar no ES espera-se que os surdos dominem a leitura e a escrita da
LP, mas para que isso ocorra é necessário que a LS seja considerada e
desenvolvida como primeira língua e LP como segunda língua no ensino básico. Mas
devido à falta de adequação dos conteúdos para pessoas surdas no ensino básico,
os surdos ingressam nas IES com dificuldade de compreensão ao ler textos
acadêmicos.
Segundo Daroque e Padilha (2012) é necessário repensar nas condições
de escolarização na educação básica desses sujeitos surdos, pois carregam uma
defasagem quanto a elaboração de conhecimentos devido ao desenvolvimento
insuficiente de uma língua de reflexão. Esta insuficiência gera prejuízo na
aprendizagem das pessoas surdas que sentem a falta de conhecimentos prévios
acerca da língua na modalidade escrita ao ingressar no ES.
Diante do exposto, percebe-se que os discentes surdos têm dificuldade com a segunda língua, que não
permite realizarem satisfatoriamente as atividades acadêmicas propostas: muitas
vezes não compreendem de forma plena os conceitos, o que está escrito, o
vocabulário e os significados que circulam em sala de aula. Eles sentem que o
estudo cotidiano é pesado, pois não conseguem acompanhar o ritmo e a quantidade
de leitura e escrita exigida (DAROQUE E PADILHA, 2012).
Durante pesquisas bibliografias, identificou-se relatos de surdos que ingressaram no ES e
expuseram as dificuldades enfrentadas na condição de graduandos surdos que vivem
em um mundo majoritariamente ouvinte, como vemos a seguir:
A mudança que ocorre em comparação ao ensino fundamental e médio é sentida no cotidiano da sala de
aula em função das dificuldades de compreensão. Percebe-se, no recorte a seguir,
como o surdo interpreta o ambiente universitário: P1: No ensino médio é bem
simples, é fácil. Mas já estou na universidade, você encontra a dificuldade dos
professores e alunos te compreenderem. Aqui na faculdade na aula de ouvintes me
tratam igual a ouvinte. Surdo era tratado como surdo, só que aqui na faculdade é
bem diferente porque as coisas são da comunidade ouvinte. Às vezes é bem
complicado para os surdos compreenderem as leituras, os textos, acabo passando
por certa dificuldade, em diferentes contextos sofro, mas luto para sobreviver,
tenho que estudar, bem faço com esforço. (BISOL, Cláudia Alquati et al., 2010,
p. 157)
Diante da experiência da pesquisadora e das leituras realizadas acerca
do ingresso de surdos no ES, buscou-se conhecer a realidade da UEPA que possui
cerca de 60 graduandos surdos, contando apenas em um dos campi desta
universidade, o Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) em Belém - PA.
A trajetória da educação de surdos traz consigo barreiras que precisam ser
superadas com um olhar acerca da sua identidade e cultura, portanto a proposta
deste trabalho é apresentar uma estratégia de ensino inovadora, com uso das
novas tecnologias, aos docentes de IES, a fim de minimizar essa barreira que
surge no campo linguístico.
Dessa forma surge a ideia de um app bilíngue que
auxilie os docentes de graduandos surdos nas práticas pedagógicas a fim de
contribuir de forma significativa no processo de ensino-aprendizagem. Com
intuito de desenvolver um app de forma mais contextualizada a realidade de
graduandos surdos, a criação deste iniciou a partir de um estudo de caso na
disciplina Processos Linguísticos, disciplina fundamental do curso de Letras
Libras da UEPA.
O referido aplicativo apresenta em Libras: os sinais-termos e
seus conceitos, assim como um breve exemplo do termo e textos da disciplina, a
partir da ementa proposta pela docente ministrante da disciplina Processos
Linguísticos.
Santos (2017) conceitua sinais-termos, podendo ter três
aplicações, nesta pesquisa considera-se os termos criados na Libras, para
denotar conceitos contidos nas palavras usadas em áreas específicas do
conhecimento. Portanto utiliza-se estes termos na área do curso de Letras
Libras.
Desse modo, o objetivo geral deste trabalho é desenvolver um app
bilíngue (LP-Libras) para docentes de graduandos surdos, como um recurso
tecnológico que auxilia na aprendizagem dos termos específicos da disciplina.
Os objetivos específicos que nortearam as etapas deste trabalho são: • Pesquisar
acerca da educação de surdos no ES e aplicativos utilizados neste contexto;
•Selecionar e elaborar termos, conceitos e exemplos dos termos juntamente com a
docente da disciplina;
• Transcrever os textos da LP para a Língua Brasileira de
Sinais (Libras) com o auxílio de um profissional tradutor;
• Filmar em Libras os termos, conceitos e exemplos dos termos abordados na disciplina processos
linguísticos;
• Elaborar o app disciplinar bilíngue (LP - Libras);
• Auxiliar o processo de ensino-aprendizagem de surdos por meio do uso do app como recurso
didático.
Conforme a justificativa e os objetivos apresentados, pretende-se em
todo processo de pesquisa, respeitar os surdos como sujeitos formados por uma
cultura visual e suas complexas relações linguísticas, históricas e sociais,
para que assim o aplicativo proposto colabore no ensino-aprendizagem para melhor
desenvolvimento acadêmico de graduandos surdos.
Este trabalho integra uma pesquisa, em andamento, do Programa de Pós-Graduação Criatividade e Inovação em
Metodologias de Ensino Superior, da UFPA, que propõe a elaboração de um app
bilíngue para estudantes surdos do ES.
2 PERCURSO METODOLÓGICO
Partiu-se de uma pesquisa bibliográfica acerca da educação de surdos no ES e aplicativos
utilizados neste contexto. Posteriormente, uma pesquisa exploratória, com
intuito de entrevistar pessoas surdas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado como sugere Gerhardt e Silveira (2009).
Foram convidados quatro graduandos surdos a fim de verificar as maiores dificuldades enfrentadas
ao ingressar no ES. As conversas iniciaram a partir da seguinte pergunta: qual
sua maior dificuldade ao ingressar no ensino superior, no curso de Letras
Libras?
Após a identificação da dificuldade existente iniciou-se a coleta de
requisitos para a elaboração do aplicativo bilíngue, onde o projeto foi
apresentado à turma 2019 de Letras Libras, noturno, na disciplina de Processos
Linguísticos. A turma colaborou para criação de uma lista de conceitos complexos
estudados acerca do assunto aquisição da linguagem, depois os alunos pesquisaram
os conceitos destes termos, a partir de autores estudados em aula, sob
orientação da docente.
Posteriormente os textos selecionados passaram por
análise da docente da disciplina e foram selecionados cinco conceitos para serem
transcritos da LP para Libras com o auxílio de um profissional tradutor de
Libras que verificou os sinais adequados para a tradução do texto que foi
sinalizado nas filmagens.
Ao finalizar a transcrição do texto em Libras, o
tradutor intérprete de Libras, que também é professor do curso de Letras Libras
da UEPA, realizou as filmagens dos sinais-termos, conceitos e breves exemplos do
termo para posterior edição dos vídeos.
No momento das filmagens foram necessários os seguintes materiais: um smartphone Android de categoria
intermediária com resolução de câmera de 12 megapixels, um tripé, um local com
boa iluminação, uma roupa que contraste com plano de fundo e um aplicativo
editor de vídeo.
Neste trabalho foi utilizado o editor de vídeo “Filmora Go” por
ser um app gratuito, intuitivo, que permite a edição no smartphone, além da
facilidade de instalação e utilização.
Após a produção dos vídeos e edição, foi
utilizada uma conta no Gmail para a utilização de uma conta no YouTube, espaço
onde foram armazenados os vídeos para que serem adicionados ao aplicativo.
Ao finalizar o upload dos vídeos, foi produzido o aplicativo bilingue na Plataforma
Fábrica de Aplicativos, uma plataforma "faça você mesmo", que permite a criação
de aplicativos gratuitamente de forma intuitiva e sem programação.
Figura 1 – Captura de tela do site Fábrica de Aplicativos Fonte: Elaborado pelos
autores/2019
Entretanto ao concluir o aplicativo, a docente da disciplina
identificou a necessidade da criação de um glossário na disciplina, devido a
falta de registros dos sinais do curso de Letras Libras, uma vez que a Libras
possuí características de uma língua natural, como a variação linguística. Dessa
forma, os alunos na turma 2019 organizaram os sinais-termos conforme as
orientações da docente e realizaram as gravações dos sinais indicados e
estudados na disciplina.
O glossário foi elaborado a partir das palavras
estudadas em sala, os vídeos são compostos por soletração das palavras seguido
do sinais-termos, conforme orientação da professora da disciplina. As filmagens
do glossário foram realizadas em sala de aula conforme orientações da
pesquisadora que elaborou um passo a passo de como realizar filmagens em Libras.
Segue abaixo uma imagem do produto final visualizado por meio de um smartphone,
o aplicativo a ser usado como recurso tecnológico educacional na disciplina
Processos Linguísticos. O app apresenta nos ícones abaixo, respectivamente, a
ementa da disciplina, vídeos com conceitos estudados, glossário da disciplina,
apresentação de slides utilizado nas aulas, textos a serem lidos pelos alunos,
aba de dúvidas para contato com a docente e informações sobre o app.
Figura 2 – Aplicativo bilíngue da disciplina Processos Linguísticos Fonte: Elaborado pelos
autores/2019
Após a elaboração do aplicativo se desenvolveu uma pesquisa de
campo, baseada em uma abordagem qualitativa para coleta de dados, foram
realizadas entrevistas qualitativas, conforme Yin (2016) estas são interações
bidirecionais, e exige uma prática de intensa escuta e esforço para compreender
o que os participantes dizem sobre seu próprio modo de ver e vivenciar o mundo,
em vista de explorar o fenômeno educacional que envolve a compreensão do uso de
aplicativos e recursos tecnológicos na educação de surdos.
A entrevista foi realizada com sete graduandos, alunos concluintes do curso de Letras Libras da
UEPA, momento em que foi apresentado o aplicativo final e a possibilidade de uso
desses tipos de recursos educacionais em sala de aula na educação de surdos. 3
RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Trabalhos correlatos
Há diversos aplicativos que podem ser utilizados no âmbito educacional e social, ao que se refere a
interação surdos-ouvintes, como os aplicativos tradutores de LP-Libras que
auxiliam os ouvintes a estabelecerem comunicação com surdos. Mas ainda há poucos
aplicativos bilíngues destinados aos profissionais da educação, principalmente
aos docentes, para que seja utilizado como material de apoio nas suas práticas
metodológicas.
Este trabalho buscou desenvolver um aplicativo bilíngue que tenha
condições de ser criado por docentes para uma área específica do conhecimento de
forma prática e intuitiva, sem ter conhecimento de programação ou outros tipos
de conhecimentos técnicos.
Durante as pesquisas de aplicativos utilizados na
educação de surdos, encontrou-se um aplicativo próximo a proposta apresentada
neste trabalho denominado “Sinalário Disciplinar em Libras” , criado pela
Secretaria de Educação do Estado do Paraná com objetivo educacional de atender
alunos e profissionais que atuam no ensino médio e que apresenta algumas
características semelhantes ao proposto neste trabalho.
O app possui cerca de 300 vídeos com sinais traduzidos da LP e apresenta os sinais-termos, a
datilologia e a contextualização de cada um deles. Os sinais-termos são
divididos em treze disciplinas que compõem o currículo do ensino médio, ele foi
desenvolvido na plataforma Fábrica de Aplicativos, assim como é a proposta do
presente trabalho.
Além do app apresentado acima, destacam-se os apps “Hands Talk” e VLIBRAS, que são utilizados para comparação com a proposta deste
trabalho.
Figura 3 - Aplicativo correlacionado Fonte: http://galeria.fabricadeaplicativos.com.br/sinalario_pr /2019 Durante as
revisões bibliográficas e testagem em aplicativos e plataforma, foram identificadas semelhanças e diferenças entre os aplicativos existentes e a
proposta de cada um deles.
Após as pesquisas,encontrou-se aplicativos como dicionários e auxílio à comunicação entre surdos e ouvintes no
âmbito educacional e social.
Entretanto apenas um aplicativo apresenta o exemplo
do sinal-termo, sendo este aspecto importante para construção de sentido para as
pessoas surdas, e nenhum dos aplicativos apresentados disponibilizam textos em
LP relacionados aos sinais.
É nessa perspectiva que nasce a ideia de um
aplicativo bilíngue que disponibilize exemplos dos sinais-termos para que os
surdos possam construir sentido acerca dos termos específicos apresentados da
área de conhecimento estudada.
O aplicativo desenvolvido nesta pesquisa
apresenta os sinais termos contextualizados e textos em LP para que os discentes
possam ler e estudar textos relacionados aos termos traduzidos no app.
3.2 USO DE RECURSOS TECNOLOGICOS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS
As novas tecnologias têm trazido
diversos benefícios para a comunidade surda, entre eles, a facilidade de
registros em Libras, a possibilidade de conversar em língua de sinais, o acesso
a informações e conhecimentos específicos em Libras e em LP, uso de recursos
imagéticos presentes nas novas tecnologias.
Goettert (2019) afirma que as novas tecnologias têm se apresentado como fundamentais na constituição dos surdos
sujeitos, uma vez que a ampliação de acesso as novas tecnologias digitais da
informação e comunicação (TDIC) tem estado presente na vida diária da comunidade
surda.
As TDICs auxiliam na circulação de informações e novos saberes entre as
pessoas surdas e a sociedade em geral, considerando o uso da Libras e da LP na
forma escrita. Esses novos conhecimentos chegam à comunidade surda com
valorização da sua língua e cultura, ao considerar há pouco mais de 10 anos eram
escassas as possibilidades de envio e registro de informações instantâneas em
Libras.
Atualmente há diversos tipos de aplicativos e recursos tecnológicos para
uso da comunidade surda por meio da língua brasileira de sinais, recursos que
são utilizados no dia a dia seja para a comunicação entre surdos e ouvintes,
tais como chamadas de vídeo ou envio de mensagens como é o exemplo do WhatsApp.
Segundo Cláudio (2019) as redes sociais são formadas por diversos participantes
ativos e com ela é possível comunicar-se, trocar ideias, informações, interagir
e organizar-se em comunidades, é um movimento contínuo em função ao uso da
internet.
Além do uso diário das novas tecnologias de comunicação, a comunidade
surda tem utilizado esses recursos para obter informações e conhecimentos de
áreas específicas como já existem plataformas que possuem a tradução e
explicação de termos específicos como Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) , entre outras.
O uso das novas tecnologias pode promover mudanças e
melhorias significativas na educação de surdos, uma vez que essas ferramentas
usadas de forma pedagógica e didática podem auxiliar os surdos na compreensão de
termos complexos na língua portuguesa.
Cláudio (2019) afirma que os meios de
comunicação digital situam a construção da cidadania comunicativa nesse sentido
compreende-se a importância da comunicação digital no cotidiano de todos os
sujeitos, sejam surdos ou ouvintes, pois ajuda a comunicar-se e se manter bem
informado, é como se as pessoas surdas estivessem obtendo informações assistindo
uma televisão ou escutando um rádio.
O uso de recursos tecnológicos também
promove a autonomia das pessoas surdas, devido o envio e recebimento de
informações que permitem o uso da Libras, a sua língua, identidade e cultura
visual. Conforme afirma Goettert (2019):
A autonomia dos surdos é produzida na
busca de respostas e caminhos que são construídos, de maneira mais independente
e que, com o auxílio da tecnologia digital, promovem mudanças. A resolução das
dúvidas agora está ao alcance dos surdos, seja por meio da língua de sinais ou
da língua portuguesa. (Goettert, 2019, p. 128)
Após a entrevista com sete concluintes do curso de licenciatura em letras libras, três ouvintes e quatro
surdos, identificou-se o apoio quanto ao uso das tecnologias no ensino de
surdos. Os sete entrevistados responderam que o uso de aplicativo é relevante na
educação de surdos.
Outra pergunta realizada para aos entrevistados: Você
utilizaria aplicativos nas suas aulas para surdos? Todos os entrevistados
responderam que sim. Uma entrevistada ouvinte explicou: “É... eu utilizarei sim,
porque seria uma ferramenta né? De amplitude e eu poderia estar trabalhando com
meus alunos, não só dentro da sala de aula, mas fora também.” (Luciana, 2019,
dados da entrevista dia 12/12/2019)
São pertinentes as reflexões sobre esse
impacto frente a outras vivências dos surdos ao longo da história, uma vez que a
tecnologia pode ser aplicada à educação de das pessoas surdas com objetivo de
auxiliar o docente no processo de ensino-aprendizagem com turmas mistas,
compostas por surdos e ouvintes.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho foi iniciado a partir de pesquisa bibliográfica para o levantamento de dados sobre a
atual situação de surdos no ensino superior e aplicativos que já são utilizados
neste contexto. Posteriormente, fez-se uma pesquisa exploratória que constatou
as dificuldades enfrentadas por graduandos, na condição de discentes surdos, no
que se refere à compreensão de termos e conceitos específicos dentro de
determinadas áreas do conhecimento.
Como resultados, constatou-se que o acesso
ao ensino superior pelos surdos teve um aumento significativo e hoje são cerca
de 2.138 surdos. Com relação aos aplicativos, observou-se que há aplicativos
destinados a interação surdo-ouvinte, mas específico e elaborado para educação
com sinais-termos e exemplos, apenas um foi encontrado.
Quanto as dificuldades encontradas, identificou-se a falta de compreensão que os graduandos surdos
sentem ao ler textos em LP no tocante aos termos e conceitos específicos de uma
determinada área.
A partir destas constatações, iniciou-se a criação de um app
bilíngue a ser produzido contendo sinais e conceitos de áreas especificas do
conhecimento, que servirá de apoio para compreensão das pessoas surdas que
ingressam em uma graduação que possui vocabulários novos e complexos para serem
estudados, pesquisados e adquiridos.
No decorrer desta pesquisa e após as
entrevistas, identificou-se os benefícios do uso de recursos tecnológicos, tais
como aplicativos, que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem de graduandos
surdos, que considerem sua língua e cultura visual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BESEMER, Susan P.; TREFFINGER, Donald J. Analysys of Creative Products: Review
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BISOL, Cláudia Alquati et al. Estudantes surdos no ensino superior: reflexões sobre a inclusão.
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2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/setembro-2018-pdf/97041-apresentac-a-o-censo-superior-u-ltimo/file.
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CLÁUDIO, Janaína Pereira. A construção comunicativa digital dos
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atividade projetual, Revista Educação, v.10, n.1, 2015. YIN, Robert K. Pesquisa
qualitativa do início ao fim. Tradução: Daniel Bueno; revisão técnica: Dirceu da
Silva. Porto Alegre: Penso, 2016.
BIOGRAFIA DOS AUTORES
Dionne Cavalcante Monteiro: Doutor em Engenharia Elétrica pela UNICAMP (2003), mestre em
Engenharia Elétrica pela UFPA (1996), graduado em Engenharia Elétrica pela UFPA
(1994). Atualmente é Professor Associado II da UFPA e atua no Programa de
Pós-Graduação Criatividade e Inovação em Metodologias do Ensino Superior.
Jessica Rocha de Souza Cardoso: Mestranda no Programa de Pós-Graduação
Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior - PPGCIMES, na
Universidade Federal do Pará (2020). Graduada em Letras LIBRAS pela Universidade
do Estado do Pará - UEPA (2016).
Raquel da Silva Gomes: Mestre em Linguística
Aplicada pela Universidade de Taubaté - UNITAU (2008), especialista em Abordagem
Interdisciplinar com Portadores de Deficiência pela Universidade do Estado do
Pará - UEPA (1999). Atualmente é Docente do Curso Letras-Libras, da Universidade
do Estado do Pará - UEPA.
terça-feira, 31 de janeiro de 2023
Retomando as postagens
Caros leitores desse Blog,
Por um bom período as postagens nesse canal foram interrompidas por motivos pessoais. Contudo nesse momento retomo dispolibilizando material elaborados por mim, por meus alunos e colegas, com a certeza de contribuir de maneira positiva com todos que se dedicam à educação e, em epecial, à educação de surdos no Brasil e em nosso estado paraense.
Que as materias, informações, artigos, aqui divulgados, sejam de muito proveito para todos que deles possam usurfruir em sua trajetória acadêmica e profissional.
Sejam todos bem-vindos!
Profª Raquel Gomes
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Educação de surdos
A EDUCAÇÃO DA PESSOA SURDA NO CONTEXTO DA INCLUSÃO: CAMINHOS E DESCAMINHOS
*Raquel da Silva Gomes
Abordar a questão da inclusão de surdos na rede regular de ensino nos remete a diferentes perspectivas, do ponto de vista legal, do social, do lingüístico, do educacional.
O termo inclusão, do ponto de vista legal, está amparado por lei e decretos que asseguram o acesso e a permanência de surdos na escola regular. Entretanto, apesar dessas políticas advogarem a educação escolar desses alunos, sua implementação e operacionalização têm sido difíceis para os surdos.
Vários são os fatores que contribuem para essa situação, entre eles notamos que as crianças surdas que adentram na escolar regular, em sua grande maioria não passaram por um processo de desenvolvimento de uma língua, seja ela na modalidade oral ou sinalizada. A falta de uma língua, no caso a língua de sinais, compromete a aprendizagem de uma segunda língua, a língua portuguesa. Consequentemente o trabalho dos professores fica limitado, comprometendo assim o ensino-aprendizagem desses educandos.
Observamos que nesse ambiente escolar as relações dialógicas entre professores e surdos, surdos e alunos ouvintes é limitada e dificultada em função da falta de uma língua comum a ser compartilhada entre eles. A prática pedagógica está perpassada por problemas que envolvem como foi dito, uma relação dialógica entre surdos e ouvintes.
Em função disso, centraliza-se a ação educativa na utilização de recursos comunicativos em detrimento a uma prática pedagógica significativa.
Nas práticas escolares utilizadas com alunos surdos nota-se um aspecto singular, o processo de aquisição da língua portuguesa não se dá de forma natural por meio da construção de diálogos espontâneos, mas o de aprendizagem formal na escola. O modo de ensino/aprendizagem da língua é o português escrito.
A aprendizagem do português só será efetiva se ensinada com base nos conhecimentos adquiridos por meio da língua de sinais. Essa ideia fundamenta a proposta educacional bilíngüe, que segundo autores, entre eles Skliar (1997), permite o desenvolvimento rico e pleno de linguagem, possibilitando ao surdo um desenvolvimento integral. Esses autores defendem que somente um projeto de educação bilíngüe pode alcançar os objetivos educacionais e culturais desejáveis a comunidade surda. Na escola bilíngüe todos, professores e demais membros da equipe escolar, devem dominar a língua de sinais.
Nas escolas em que os professores não são fluentes, a presença de intérpretes é uma alternativa viável na intermediação da comunicação. Contudo, como enfatiza Lacerda (2006), só essa ação não é suficiente para uma inclusão satisfatória, é necessária ainda adequação curricular, aspectos didáticos e metodológicos, conhecimento sobre a surdez e sobre a língua de sinais entre outros.
Para Gonçalo (2004) uma educação bilíngue para surdos não engloba somente a questão linguística, a escola precisa adotar uma postura política e ideológica frente ao surdo, respeitando-o como sujeito pertencente a uma minoria linguística, de cultura própria e que em função disso necessita de uma educação diferenciada.
Outro aspecto a ser considerado na perspectiva da educação inclusiva diz respeito à formação e capacitação de professores para atuarem junto a alunos surdos. A formação desses profissionais é premissa básica para uma educação de qualidade. Nessa perspectiva, o foco dessa formação não deve ser só aluno surdo, mas todo e qualquer aluno, os tidos normais e os com necessidades especiais. Ao professor cabe criar situações didáticas que levem a reflexões sobre a língua em situações reais de produção e interpretações de textos, não em atividades mecânicas e descontextualizadas, fora da realidade do aluno.
São muitos os obstáculos a serem superados para que tenhamos uma escola de qualidade para os surdos. A inclusão da língua de sinais demanda recursos humanos e materiais, principalmente ao que tange a formação de professores; a inserção do profissional intérprete não assegura uma inclusão satisfatória, requer também a presença de educadores surdos para ensinar Libras a crianças surdas e principalmente o envolvimento da família no aprendizado da Libras.
*Raquel da Silva Gomes
Abordar a questão da inclusão de surdos na rede regular de ensino nos remete a diferentes perspectivas, do ponto de vista legal, do social, do lingüístico, do educacional.
O termo inclusão, do ponto de vista legal, está amparado por lei e decretos que asseguram o acesso e a permanência de surdos na escola regular. Entretanto, apesar dessas políticas advogarem a educação escolar desses alunos, sua implementação e operacionalização têm sido difíceis para os surdos.
Vários são os fatores que contribuem para essa situação, entre eles notamos que as crianças surdas que adentram na escolar regular, em sua grande maioria não passaram por um processo de desenvolvimento de uma língua, seja ela na modalidade oral ou sinalizada. A falta de uma língua, no caso a língua de sinais, compromete a aprendizagem de uma segunda língua, a língua portuguesa. Consequentemente o trabalho dos professores fica limitado, comprometendo assim o ensino-aprendizagem desses educandos.
Observamos que nesse ambiente escolar as relações dialógicas entre professores e surdos, surdos e alunos ouvintes é limitada e dificultada em função da falta de uma língua comum a ser compartilhada entre eles. A prática pedagógica está perpassada por problemas que envolvem como foi dito, uma relação dialógica entre surdos e ouvintes.
Em função disso, centraliza-se a ação educativa na utilização de recursos comunicativos em detrimento a uma prática pedagógica significativa.
Nas práticas escolares utilizadas com alunos surdos nota-se um aspecto singular, o processo de aquisição da língua portuguesa não se dá de forma natural por meio da construção de diálogos espontâneos, mas o de aprendizagem formal na escola. O modo de ensino/aprendizagem da língua é o português escrito.
A aprendizagem do português só será efetiva se ensinada com base nos conhecimentos adquiridos por meio da língua de sinais. Essa ideia fundamenta a proposta educacional bilíngüe, que segundo autores, entre eles Skliar (1997), permite o desenvolvimento rico e pleno de linguagem, possibilitando ao surdo um desenvolvimento integral. Esses autores defendem que somente um projeto de educação bilíngüe pode alcançar os objetivos educacionais e culturais desejáveis a comunidade surda. Na escola bilíngüe todos, professores e demais membros da equipe escolar, devem dominar a língua de sinais.
Nas escolas em que os professores não são fluentes, a presença de intérpretes é uma alternativa viável na intermediação da comunicação. Contudo, como enfatiza Lacerda (2006), só essa ação não é suficiente para uma inclusão satisfatória, é necessária ainda adequação curricular, aspectos didáticos e metodológicos, conhecimento sobre a surdez e sobre a língua de sinais entre outros.
Para Gonçalo (2004) uma educação bilíngue para surdos não engloba somente a questão linguística, a escola precisa adotar uma postura política e ideológica frente ao surdo, respeitando-o como sujeito pertencente a uma minoria linguística, de cultura própria e que em função disso necessita de uma educação diferenciada.
Outro aspecto a ser considerado na perspectiva da educação inclusiva diz respeito à formação e capacitação de professores para atuarem junto a alunos surdos. A formação desses profissionais é premissa básica para uma educação de qualidade. Nessa perspectiva, o foco dessa formação não deve ser só aluno surdo, mas todo e qualquer aluno, os tidos normais e os com necessidades especiais. Ao professor cabe criar situações didáticas que levem a reflexões sobre a língua em situações reais de produção e interpretações de textos, não em atividades mecânicas e descontextualizadas, fora da realidade do aluno.
São muitos os obstáculos a serem superados para que tenhamos uma escola de qualidade para os surdos. A inclusão da língua de sinais demanda recursos humanos e materiais, principalmente ao que tange a formação de professores; a inserção do profissional intérprete não assegura uma inclusão satisfatória, requer também a presença de educadores surdos para ensinar Libras a crianças surdas e principalmente o envolvimento da família no aprendizado da Libras.
terça-feira, 10 de maio de 2011
NENHUM A MENOS: Filme exibito para turmas de Pedagogia da Universidade Vale do Acaraú com objetivo de trabalharem o enredo do filme utilizando-se de gêneros textuais. Apresento algumas produções e seus respectivos autores:
POEMA
Lá bem longe na China
Em uma escola solitária
Uma menina ensinava
Em uma situação precária.
Foi substitiur o senhor
o professor, que a mãe adoeceu
E por isse motivo se ausentou
e a menina a missão recebeu.
Sem saber o que fazer
Já que não tinha experiência
Pra ensinar a ler e escrever
Teria que ter muita paciência.
Até o giz ali faltava
Era uma triste ilusão
Pois entre os alunos
Não poderia ter evasão.
O lugar era tão pobre
Nada tinha a oferecer
E em outra cidade grande
Um aluno a se perder.
A menina tão confiante
Foi atrás do seu aluno
Nessa cidade distante
Não sabia nem o rumo
Sem salário, sem dinheiro
Foi em busca da criança
Para trazê-lo inteiro
Era sua esperaça.
Nenhum a menos, nenhum a menos
Essa é a sua responsabilidade
E o menino tão pequeno
Perdido naquela cidade.
Onde achar esse menino?
Onde pode encontrá-lo?
Até a TV é seu destino
Talvez assim possa achá-lo
E a pequena professora
Insistente na portaria
Daquela bendita emissora
Com o diretor falaria.
Um espaço foi aberto
Em uma programação
Apesar de ser incerto
Foi com muita emoção.
Ali ficou revelada
A verdade da escolinha
E a mudança desejada
Mudava o rumo dessa rima.
Através da pequenina
Sim! Falo da professora!
Sendo ainda uma menina
Pensou como uma doutora.
Giz, lápis, canetas e cadernos
Já não faltava às crianças
Tudo agora era moderno
Foi por sua confiança.
Esse é o retrato
Do professor que tem amor
Que faz da sua profissão
Um verdadeiro clamor
De afeto e de respeito
Às crianças tão carentes
Assim bato no peito
Por ser com orgulho um docente.
(Nyll Magalhães - SPDM 19 UVA-PA)
POEMA
Lá bem longe na China
Em uma escola solitária
Uma menina ensinava
Em uma situação precária.
Foi substitiur o senhor
o professor, que a mãe adoeceu
E por isse motivo se ausentou
e a menina a missão recebeu.
Sem saber o que fazer
Já que não tinha experiência
Pra ensinar a ler e escrever
Teria que ter muita paciência.
Até o giz ali faltava
Era uma triste ilusão
Pois entre os alunos
Não poderia ter evasão.
O lugar era tão pobre
Nada tinha a oferecer
E em outra cidade grande
Um aluno a se perder.
A menina tão confiante
Foi atrás do seu aluno
Nessa cidade distante
Não sabia nem o rumo
Sem salário, sem dinheiro
Foi em busca da criança
Para trazê-lo inteiro
Era sua esperaça.
Nenhum a menos, nenhum a menos
Essa é a sua responsabilidade
E o menino tão pequeno
Perdido naquela cidade.
Onde achar esse menino?
Onde pode encontrá-lo?
Até a TV é seu destino
Talvez assim possa achá-lo
E a pequena professora
Insistente na portaria
Daquela bendita emissora
Com o diretor falaria.
Um espaço foi aberto
Em uma programação
Apesar de ser incerto
Foi com muita emoção.
Ali ficou revelada
A verdade da escolinha
E a mudança desejada
Mudava o rumo dessa rima.
Através da pequenina
Sim! Falo da professora!
Sendo ainda uma menina
Pensou como uma doutora.
Giz, lápis, canetas e cadernos
Já não faltava às crianças
Tudo agora era moderno
Foi por sua confiança.
Esse é o retrato
Do professor que tem amor
Que faz da sua profissão
Um verdadeiro clamor
De afeto e de respeito
Às crianças tão carentes
Assim bato no peito
Por ser com orgulho um docente.
(Nyll Magalhães - SPDM 19 UVA-PA)
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Turma SPDM 19
É com grande satisfação e sensação de dever cumprido que finalizo mais uma turma com a disciplina Alfabetização e Letramento. Maravilhosas trocas e experiências oportunizaram contruirmos coletivamente conhecimentos, isso é muito bom e gratificante.
PARABÉNS A TODOS QUE FIZERAM DESTE UM MOMENTO DE GRANDE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL E ACADÊMICO!
Beijos e até breve!
Profª Raquel Gomes
PARABÉNS A TODOS QUE FIZERAM DESTE UM MOMENTO DE GRANDE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL E ACADÊMICO!
Beijos e até breve!
Profª Raquel Gomes
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Artigo
UM OLHAR DIFERENCIADO FRENTE À ESCRITA DO SURDO
Raquel da Silva Gomes*
A língua é importante para o surdo não apenas por estimular seu desenvolvimento cognitivo e social, mais também por propiciar sua comunicação com ouvintes e com outros surdos.
A língua de sinais é aquela que oportuniza aos surdos dinâmica nas suas interações sociais. Constitui-se a modalidade ideal na aquisição de primeira língua (L.1), em função de suas características de língua vísuo-espacial. Ao mesmo tempo, é desejável que o surdo adquira a língua oral da comunidade em que vive, logo esta se dará como segunda língua (L.2).
Desse modo, percebe-se que o surdo realiza um duplo esforço para ampliar seu potencial de conhecimento e de comunicação, isto é, apropriar-se tanto da língua sinalizada (LIBRAS) quanto da oralizada (como a Portuguesa). A língua de sinais é aquela adquirida de forma natural, espontânea pela pessoa surda em contato com usuários deste mesmo signo lingüístico. A língua oral é adquirida de forma sistematizada, logo não ocorrerá naturalmente já que o aparato sensorial do surdo encontra-se impedido de aprender. Sua aprendizagem se dará na modalidade escrita da língua oral.
A língua de sinais desempenha papel fundamental na aquisição do português, pois possibilita, aos surdos, leitura e escrita e, é ela que assegura o conhecimento de mundo, sendo possível, assim, entenderem o significado do que lêem, deixando de ser meros decodificadores da escrita. Esse sistema lingüístico proporciona aos surdos organizar, de forma lógica, suas idéias, por isso a estrutura gramatical da língua de sinais acaba sendo refletida nas suas atividades escritas. Como conseqüência, teremos produções textuais imensamente distantes daquelas tidas como padrão.
Por outro lado, os surdos têm uma visão de mundo diferenciada do sujeito ouvinte, em função de uma intensa propensão para a visualidade. Essa característica de ver as coisas ao seu redor de forma diferenciada reflete-se em sua forma de comunicação e, consequentemente, na sua escrita.
Diante disso, as produções escritas por surdos apresentam características que dificultam sua interpretação como: enunciados curtos, vocabulário reduzido, ausência de artigos, de preposições, de concordância nominal e verbal, uso reduzido de diferentes tempos verbais, falta de elementos formadores das palavras (afixos), verbos de ligação, ausência de conectivos, tais como conjunções, pronomes relativos; ou usam os de forma inadequada.
Contudo, afirma-se que não é apenas o fato de o surdo não receber informações auditivas que irá interferir nas suas práticas lingüísticas- discursivas em português,mas também o fato de utilizarem, frequentemente, estruturas da língua de sinais para expressar por escrito suas idéias, isso por desconhecerem a estrutura da língua portuguesa.
Como há diferenças estruturais entre língua de sinais e línguas orais, nota-se que as relações entre as estruturas não se estabelecem da mesma forma nos dois sistemas lingüísticos. Daí a dificuldade do surdo fazer as ligações entre palavras, segmentos, orações, períodos e parágrafos, ou seja, a de organizar sequencialmente o pensamento em cadeias coesivas na língua portuguesa, e isso leva a pensar que o texto produzido por uma pessoa surda não tem coerência. Entretanto, pesquisas revelam que textos elaborados por surdos falantes de LIBRAS, apesar de apresentarem alguns problemas na forma, não têm violado o principio da coerência: os surdos conseguem expressar de modo inteligível suas idéias, isto é, sua escrita é dotada de coerência, embora nem sempre apresente certas características formais de coesão textual. É ao que se refere Ferreira Brito (1996) ao enfatizar que o elemento fundamental para a transmissão da mensagem escrita seja a coerência e que esta é dependente das estruturas cognitivas e dos princípios pragmáticos que regem a linguagem.
Para ilustrar o que foi exposto, observe-se o texto, a seguir, produzido por um surdo.
“Meus pais tenho 2 irmãs minha vida sou 1ª filha nasci em Castanhal, onde morei até os 21 anos.Quando mamãe estava grávida. Nos 4 meses rubéola passou muito difíceis, os médicos pediu para abortar, mamãe não quis. Quando nasci fui examinada e
acompanhada um pediatra sempre comentava com mamãe que eu era uma criança normal, eles achavam mamãe não tinha tido rubéola. Quando era eu tinha 8 meses teve um febre muito alta com convulsão, nós encaminhávamos para Belém, onde ficava internada por alguns dias. Com 1 ano de idade mamãe começou notar com diferenças no meu comportamento, era estava regredindo. Nós fomos encaminhada para especialista em São Paulo, lá descobriu deficiência auditiva para usar aparelho o audição. Eu tinha 3 anos de idade quando era estudava a freqüentar o Felipe Smaldone onde era alfabetizada, a freqüentar uma escola comum, com sempre o acompanhamento de um fonoaudióloga”.
Encontramos no texto alguns problemas na forma (aspectos morfossintáticos),
vejamos algumas passagens:
a) Uso inadequado do verbo de ligação:
“Quando era eu tinha ...”
“... era estava regredindo...”
“... quando era estudava a freqüentar...”
b) Omissão de elementos de ligação (preposição e conjunção):
“...fui examinada e acompanhada (por) um pediatra (que) sempre comentava com mamãe...”
“...eles achavam (que) mamãe não tinha tido rubéola.”
c)Uso inadequado de preposição:
“...mamãe começou notar com diferenças em meu comportamento...”
d) Concordância nominal e verbal inadequada:
“...eu tinha 8 meses teve um febre muito alta...”
“...os médicos pediu para abortar.”
“...onde ficava internada por alguns dias.”
Apesar de problemas como estes, entendemos o conteúdo semântico do texto, isto é, depreendemos o que está sendo dito e isso indica que a coerência não foi comprometida. Contudo, precisa ser reorganizado de acordo com as regras da língua portuguesa.
Finalmente, ressaltamos que ao avaliar um texto escrito por surdo, devemos atentar para detalhes fundamentais abordados na Educação de Surdos (Brasil,2005):
Na avaliação do conhecimento, devemos utilizar critérios compatíveis com as características inerentes a esses educandos;
A maior relevância seja dada ao conteúdo (nível semântico), ao aspecto cognitivo de sua linguagem, à coerência e a seqüência lógica das idéias
A forma da linguagem (nível morfossintático) seja avaliada com mais flexibilidade, dando-se maior valor ao uso de termos da oração, como
termos essenciais, termos complementares e, por último, os termos acessórios e não sendo por demais exigente em relação ao elemento coesivo.
Necessitamos de profunda reflexão no tocante a avaliação da escrita do surdo. Precisamos estar conscientes de que o mais importante é que os alunos consigam aplicar os conhecimentos adquiridos no seu cotidiano, de forma que esses conhecimentos possibilitem uma existência de qualidade e o pleno exercício da cidadania.
Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Saberes de Praticas da Inclusão: Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais de alunos surdos. Brasília: SEESP/MEC, 20005.
FERNANDES, Eulália. Linguagem e surdez. Porto Alegre: Artmed, 2003.
QUADROS, R. M. de, KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: Estudos Lingüísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
SALLES, Heloisa Maria M. L. et al. Ensino da língua portuguesa para surdos: caminhos para a pratica pedagógica. Brasília: MEC, SEESP, 2004.
Raquel da Silva Gomes*
A língua é importante para o surdo não apenas por estimular seu desenvolvimento cognitivo e social, mais também por propiciar sua comunicação com ouvintes e com outros surdos.
A língua de sinais é aquela que oportuniza aos surdos dinâmica nas suas interações sociais. Constitui-se a modalidade ideal na aquisição de primeira língua (L.1), em função de suas características de língua vísuo-espacial. Ao mesmo tempo, é desejável que o surdo adquira a língua oral da comunidade em que vive, logo esta se dará como segunda língua (L.2).
Desse modo, percebe-se que o surdo realiza um duplo esforço para ampliar seu potencial de conhecimento e de comunicação, isto é, apropriar-se tanto da língua sinalizada (LIBRAS) quanto da oralizada (como a Portuguesa). A língua de sinais é aquela adquirida de forma natural, espontânea pela pessoa surda em contato com usuários deste mesmo signo lingüístico. A língua oral é adquirida de forma sistematizada, logo não ocorrerá naturalmente já que o aparato sensorial do surdo encontra-se impedido de aprender. Sua aprendizagem se dará na modalidade escrita da língua oral.
A língua de sinais desempenha papel fundamental na aquisição do português, pois possibilita, aos surdos, leitura e escrita e, é ela que assegura o conhecimento de mundo, sendo possível, assim, entenderem o significado do que lêem, deixando de ser meros decodificadores da escrita. Esse sistema lingüístico proporciona aos surdos organizar, de forma lógica, suas idéias, por isso a estrutura gramatical da língua de sinais acaba sendo refletida nas suas atividades escritas. Como conseqüência, teremos produções textuais imensamente distantes daquelas tidas como padrão.
Por outro lado, os surdos têm uma visão de mundo diferenciada do sujeito ouvinte, em função de uma intensa propensão para a visualidade. Essa característica de ver as coisas ao seu redor de forma diferenciada reflete-se em sua forma de comunicação e, consequentemente, na sua escrita.
Diante disso, as produções escritas por surdos apresentam características que dificultam sua interpretação como: enunciados curtos, vocabulário reduzido, ausência de artigos, de preposições, de concordância nominal e verbal, uso reduzido de diferentes tempos verbais, falta de elementos formadores das palavras (afixos), verbos de ligação, ausência de conectivos, tais como conjunções, pronomes relativos; ou usam os de forma inadequada.
Contudo, afirma-se que não é apenas o fato de o surdo não receber informações auditivas que irá interferir nas suas práticas lingüísticas- discursivas em português,mas também o fato de utilizarem, frequentemente, estruturas da língua de sinais para expressar por escrito suas idéias, isso por desconhecerem a estrutura da língua portuguesa.
Como há diferenças estruturais entre língua de sinais e línguas orais, nota-se que as relações entre as estruturas não se estabelecem da mesma forma nos dois sistemas lingüísticos. Daí a dificuldade do surdo fazer as ligações entre palavras, segmentos, orações, períodos e parágrafos, ou seja, a de organizar sequencialmente o pensamento em cadeias coesivas na língua portuguesa, e isso leva a pensar que o texto produzido por uma pessoa surda não tem coerência. Entretanto, pesquisas revelam que textos elaborados por surdos falantes de LIBRAS, apesar de apresentarem alguns problemas na forma, não têm violado o principio da coerência: os surdos conseguem expressar de modo inteligível suas idéias, isto é, sua escrita é dotada de coerência, embora nem sempre apresente certas características formais de coesão textual. É ao que se refere Ferreira Brito (1996) ao enfatizar que o elemento fundamental para a transmissão da mensagem escrita seja a coerência e que esta é dependente das estruturas cognitivas e dos princípios pragmáticos que regem a linguagem.
Para ilustrar o que foi exposto, observe-se o texto, a seguir, produzido por um surdo.
“Meus pais tenho 2 irmãs minha vida sou 1ª filha nasci em Castanhal, onde morei até os 21 anos.Quando mamãe estava grávida. Nos 4 meses rubéola passou muito difíceis, os médicos pediu para abortar, mamãe não quis. Quando nasci fui examinada e
acompanhada um pediatra sempre comentava com mamãe que eu era uma criança normal, eles achavam mamãe não tinha tido rubéola. Quando era eu tinha 8 meses teve um febre muito alta com convulsão, nós encaminhávamos para Belém, onde ficava internada por alguns dias. Com 1 ano de idade mamãe começou notar com diferenças no meu comportamento, era estava regredindo. Nós fomos encaminhada para especialista em São Paulo, lá descobriu deficiência auditiva para usar aparelho o audição. Eu tinha 3 anos de idade quando era estudava a freqüentar o Felipe Smaldone onde era alfabetizada, a freqüentar uma escola comum, com sempre o acompanhamento de um fonoaudióloga”.
Encontramos no texto alguns problemas na forma (aspectos morfossintáticos),
vejamos algumas passagens:
a) Uso inadequado do verbo de ligação:
“Quando era eu tinha ...”
“... era estava regredindo...”
“... quando era estudava a freqüentar...”
b) Omissão de elementos de ligação (preposição e conjunção):
“...fui examinada e acompanhada (por) um pediatra (que) sempre comentava com mamãe...”
“...eles achavam (que) mamãe não tinha tido rubéola.”
c)Uso inadequado de preposição:
“...mamãe começou notar com diferenças em meu comportamento...”
d) Concordância nominal e verbal inadequada:
“...eu tinha 8 meses teve um febre muito alta...”
“...os médicos pediu para abortar.”
“...onde ficava internada por alguns dias.”
Apesar de problemas como estes, entendemos o conteúdo semântico do texto, isto é, depreendemos o que está sendo dito e isso indica que a coerência não foi comprometida. Contudo, precisa ser reorganizado de acordo com as regras da língua portuguesa.
Finalmente, ressaltamos que ao avaliar um texto escrito por surdo, devemos atentar para detalhes fundamentais abordados na Educação de Surdos (Brasil,2005):
Na avaliação do conhecimento, devemos utilizar critérios compatíveis com as características inerentes a esses educandos;
A maior relevância seja dada ao conteúdo (nível semântico), ao aspecto cognitivo de sua linguagem, à coerência e a seqüência lógica das idéias
A forma da linguagem (nível morfossintático) seja avaliada com mais flexibilidade, dando-se maior valor ao uso de termos da oração, como
termos essenciais, termos complementares e, por último, os termos acessórios e não sendo por demais exigente em relação ao elemento coesivo.
Necessitamos de profunda reflexão no tocante a avaliação da escrita do surdo. Precisamos estar conscientes de que o mais importante é que os alunos consigam aplicar os conhecimentos adquiridos no seu cotidiano, de forma que esses conhecimentos possibilitem uma existência de qualidade e o pleno exercício da cidadania.
Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Saberes de Praticas da Inclusão: Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais de alunos surdos. Brasília: SEESP/MEC, 20005.
FERNANDES, Eulália. Linguagem e surdez. Porto Alegre: Artmed, 2003.
QUADROS, R. M. de, KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: Estudos Lingüísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
SALLES, Heloisa Maria M. L. et al. Ensino da língua portuguesa para surdos: caminhos para a pratica pedagógica. Brasília: MEC, SEESP, 2004.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Turma SPDM-45
Em mais uma disciplina concluida, sinto-me satisfeita e grata por tudo que compartinhamos nesse mês, foram momentos de troca, de compartilhamento, contrução de conhecimentos. Valeu turma! Sucesso! Sucesso! Vitória fina!
Bjus!!!!
Profª Raquel Gomes
Bjus!!!!
Profª Raquel Gomes
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Reflexão
"O Poder do Entusiasmo"
Entusiasmo é acreditar na nossa capacidade de fazer as coisas acontecerem, de darem certo, de transformar a natureza e as pessoas.
Não espere ter as condições ideais para se entusiasmar.
Nós é que temos que transformar a nossa vida numa Vida Entusiástica.
Não é a realidade da vida que tem que nos entusiasmar, nós é que temos que entusiasmar a realidade da nossa vida! Nós é que temos que entusiasmar nossas idéias...
"DICAS PARA SE VIVER ENTUSIASTICAMENTE"
1- Afaste-se das pessoas e dos fatos negadores e negativos. Se você se deixar envolver por um ambiente negativo, você vai se transformar numa pessoa negativa.
2- Acredite nos seus "insights" positivos. Os vencedores são aqueles que acreditam nas suas idéias.
3 - Não reclame constantemente. Quando a gente reclama muito, se habitua a reclamar cada vez mais e acaba se transformando numa pessoa azeda. É insuportável conviver com pessoas que só vivem se queixando!
4- Cultive a alegria e o bom humor... Aprenda a sorrir! Terapia do Riso : Habituar-se a sorrir, a achar graça de si mesmo. O sorriso tem um efeito poderoso em nossa vida; as pessoas que zombam dos próprios erros, são mais felizes e mais fortes.
5- Ilumine seu ambiente de trabalho e da sua casa. A escuridão traz a depressão! O ambiente determina a condição funcional em que as pessoas agem e fazem as coisas ocorrerem.
6- Seja alguém disposto a colaborar com os outros. Sempre ache uma maneira de participar! Traga as pessoas mais próximo de você. Participe, converse com as pessoas com as quais convive. interesse-se pelas pessoas à sua volta!
7 - Surpreenda as pessoas com "momentos mágicos". Contagie os outros... Faça com que ao entrar num ambiente, as pessoas se contagiem com a aura de entusiasmo que envolve você!
8 - Faça tudo com sentimento de perfeição. Faça as coisas com vontade de fazer! Não faça nada pela metade! Faça as coisas com desejo de acertar e de criar o mais correto possível! Ande bem vestido, limpo e perfumado. Tenha orgulho da sua imagem. Gostar de si próprio, mantendo a auto-estima, é fundamental para o Entusiasmo.
10 - Aja prontamente. Faça agora! "DO IT NOW" Não postergue, não deixe para amanhã. Quando tiver alguma coisa para fazer, faça imediatamente. Sentiu que é o momento certo?
- Aja! ! !
"ENTUSIASMO SIGNIFICA TER DEUS DENTRO DE SI."
Descubra o entusiasmo na Vida! Seja capaz de transformar as coisas e fazê-las acontecer. Não espere as condições ideais, faça o Entusiasmo ocorrer pela crença de que você é capaz de realizações eficazes e de... VENCER OBSTÁCULOS ! ! !
Autor desconhecido
AMO VOCÊS
Entusiasmo é acreditar na nossa capacidade de fazer as coisas acontecerem, de darem certo, de transformar a natureza e as pessoas.
Não espere ter as condições ideais para se entusiasmar.
Nós é que temos que transformar a nossa vida numa Vida Entusiástica.
Não é a realidade da vida que tem que nos entusiasmar, nós é que temos que entusiasmar a realidade da nossa vida! Nós é que temos que entusiasmar nossas idéias...
"DICAS PARA SE VIVER ENTUSIASTICAMENTE"
1- Afaste-se das pessoas e dos fatos negadores e negativos. Se você se deixar envolver por um ambiente negativo, você vai se transformar numa pessoa negativa.
2- Acredite nos seus "insights" positivos. Os vencedores são aqueles que acreditam nas suas idéias.
3 - Não reclame constantemente. Quando a gente reclama muito, se habitua a reclamar cada vez mais e acaba se transformando numa pessoa azeda. É insuportável conviver com pessoas que só vivem se queixando!
4- Cultive a alegria e o bom humor... Aprenda a sorrir! Terapia do Riso : Habituar-se a sorrir, a achar graça de si mesmo. O sorriso tem um efeito poderoso em nossa vida; as pessoas que zombam dos próprios erros, são mais felizes e mais fortes.
5- Ilumine seu ambiente de trabalho e da sua casa. A escuridão traz a depressão! O ambiente determina a condição funcional em que as pessoas agem e fazem as coisas ocorrerem.
6- Seja alguém disposto a colaborar com os outros. Sempre ache uma maneira de participar! Traga as pessoas mais próximo de você. Participe, converse com as pessoas com as quais convive. interesse-se pelas pessoas à sua volta!
7 - Surpreenda as pessoas com "momentos mágicos". Contagie os outros... Faça com que ao entrar num ambiente, as pessoas se contagiem com a aura de entusiasmo que envolve você!
8 - Faça tudo com sentimento de perfeição. Faça as coisas com vontade de fazer! Não faça nada pela metade! Faça as coisas com desejo de acertar e de criar o mais correto possível! Ande bem vestido, limpo e perfumado. Tenha orgulho da sua imagem. Gostar de si próprio, mantendo a auto-estima, é fundamental para o Entusiasmo.
10 - Aja prontamente. Faça agora! "DO IT NOW" Não postergue, não deixe para amanhã. Quando tiver alguma coisa para fazer, faça imediatamente. Sentiu que é o momento certo?
- Aja! ! !
"ENTUSIASMO SIGNIFICA TER DEUS DENTRO DE SI."
Descubra o entusiasmo na Vida! Seja capaz de transformar as coisas e fazê-las acontecer. Não espere as condições ideais, faça o Entusiasmo ocorrer pela crença de que você é capaz de realizações eficazes e de... VENCER OBSTÁCULOS ! ! !
Autor desconhecido
AMO VOCÊS
Melhores Momentos
Artigo
MANTENDO A DISCIPLINA EM SALA DE AULA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Artigo apresentado por alunos do curso de Pedagogia da UVA, na disciplina ATACC, sob orientação da professora Raquel Gomes
RESUMO
MARCIA SUZANE DE FREITAS BARRA
PATRÍCIA DA SILVA BENTES
SILVIA HELENA SILVA DE LIMA
Este artigo trata sobre como manter a disciplina em sala de aula com alunos do ensino infantil, destacando três tópicos que consideramos fundamentais, a saber: O papel da família, o papel do professor e os cuidados com a criança. Discorreremos cada um focalizando alguns detalhes imprescindíveis que precisam ser apreciados com toda atenção a fim de que seja alcançado o objetivo esperado por parte dos alunos, levando em consideração que os mesmos refletirão o meio onde vivem, e também não podemos ignorar as características que são peculiares nesta idade. Professor para trabalhar com essa idade tem que ter mais do que formação, precisa ter vocação e estar pronto para apresentar um universo de coisas novas de forma saudável e equilibrada tendo como meta o desenvolvimento pleno do aluno e não somente o aspecto cognitivo, pois é neste período que estão sendo estabelecidos os alicerces que formarão não apenas profissionais bem sucedidos, mas cidadãos respeitáveis e de caráter irrepreensível. E este processo fica sob a competência dos pais ou responsáveis e os educadores, nunca esquecendo que crianças nesta idade precisam de cuidados especiais, saibam estabelecer limites, lembrem-se que elas são imitadoras, que exemplo terão como base?
Palavras Chave: Disciplina, Pais, Professores, Crianças.
INTRODUÇÃO
Quando a criança inicia na escola, depara-se com o mundo novo, cercado de pessoas desconhecidas e isto automaticamente caracteriza-se em um choque, para alguns em maior proporção do que para outros, dependendo da realidade familiar dos mesmos, o que por sua vez acaba desencadeando comportamentos variados e alguns reflexos de indisciplina, que findam dificultando ao professor o controle em sala de aula.
Ao observarmos que a questão da indisciplina tem sido algo preocupante para muitos professores, decidimos pesquisar e discorrer sobre o assunto com o intuito de descobrir a origem do problema, as causas mais freqüentes e as possíveis soluções, objetivando ajudar crianças e professores no desenvolvimento de um relacionamento saudável onde a criança considere a autoridade do professor sujeitando-se de forma respeitosa às orientações e limites por ele estabelecidos.
Nossa pesquisa é de cunho bibliográfico e a delimitamos ao ensino infantil que compreende a faixa etária entre dois a cinco anos de idade. Conhecido como pré-escolar e encontrado somente em escolas particulares.
1. O PAPEL DA FAMÍLIA
Ah! Mais são tão pequenininhos! Será que não estão vendo problemas onde não existe?
Talvez este ainda seja o questionamento de alguns. É muito importante que fique bem esclarecido que a base de todo indivíduo está na família, e que desde bebezinho a criança já começa a assimilar características do meio a que faz parte: hábitos, costumes, regras, crenças...
Atualmente a família tem vivido uma grade crise, e não tem como ser evitado que os reflexos desta realidade sejam evidenciados em sala de aula. Aquela família tradicional, constituída de pai, mãe e filhos, é uma raridade; tem sido cada vez mais crescente os casos onde os pais trabalham fora, bem como o de separação e novo casamento e aquele núcleo familiar mais tradicional tem dado lugar a ausência dos pais e a diferentes famílias vivendo sob o mesmo teto. Se uma situação desta afeta pessoas maiores, não dá para dimensionar as sequelas que acabam ficando impressas nas emoções das crianças desta idade que muitas vezes são evidenciadas através de insegurança, sentimento de abandono, carência afetiva, agressividade, falta de concentração. E em contrapartida, alguns pais acabam carregando o sentimento de culpa e algumas vezes até de forma inconsciente tentam compensar estas carências dando tudo o que elas querem, não impondo limites, comprando roupas e brinquedos caros. E correção é algo que se desconhece em seus vocabulários. Numa tentativa de acertar, infelizmente, acabam trazendo sérios prejuízos às crianças, tornando-as desagradáveis e mal educadas, e tudo isto é muito mais sério do que se pensa, pois pode vir a desencadear deformidades no caráter da criança e uma série de outras consequências.
A mim me dá pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a “tirania da liberdade” em que as crianças podem tudo: gritam, riscam paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade. (FREIRE, 2000, p.29)
Como Freire diz, também existe aquele outro caso, que é o excesso de complacência, de permissividade, tudo o que a criança faz é lindo e não tem porque tolí-la.
Nunca esqueçam que a criança de hoje é o adulto de amanhã. Qual tem sido a sua contribuição para esta formação?
Esses conflitos acabam se agravando, principalmente quando a escola tenta intervir. Ocorre que muitos pais por tudo o que já foi citado, transferem responsabilidades à escola, mas não aceitam com tranqüilidade quando esta mesma escola exerce o papel que deveria ser deles.
Em outras palavras, como diz Zimermam, os pais que não tem condições emocionais para suportar a sua parcela de responsabilidade, acabam culpando aos professores e a escola pelo procedimento de seus filhos. E foi pensando nestas situações que o MEC teve a iniciativa e instituiu a data de 24 de abril como o dia nacional da família na escola. Neste dia todas as escolas são estimuladas a convidar os familiares dos alunos a participarem de suas atividades educativas, pois segundo declaração do ex-ministro da educação, Paulo Renato Souza: “Quando os pais se envolvem na educação dos filhos, eles aprendem mais.”
A família deve, portanto, se esforçar para estar presente em todos os momentos da vida de seus filhos. Presença que implica envolvimento, comprometimento e colaboração. Deve estar atenta às dificuldades não só cognitivas, mas também comportamentais.
2. O PAPEL DO PROFESSOR
O professor será aquele com quem a criança passará boa parte do seu tempo e é de sua competência procurar conhecer a realidade de cada aluno, o que se dará no decorrer da convivência e nas oportunidades de relacionamento com os pais e familiares dos mesmos.
O educador não pode esquecer que esta recebendo crianças com costumes e práticas muito variadas.
Educar, portanto não é uma tarefa fácil exige muito esforço, paciência e tranqüilidade. Exige saber ouvir e também saber calar. O medo de magoar ou decepcionar os pais deve ser substituído pela certeza de que o amor também se demonstra sendo firme no estabelecimento de limites e responsabilidades.
Para ser educador é preciso estar preparado, pois muitas vezes são incompreendidos quando por algum motivo precisam se ausentar, geralmente a cobrança é acirrada por parte dos pais. A comunicação aqui é fundamental, pois se você vem mostrando no decorrer dos meses que é um profissional responsável ficará mais fácil a compreensão dos mesmos.
Ser professor desta idade requer muito mais do que formação ou conhecimento de técnicas, tem que ter vocação especial e gostar muito de crianças. Lembrando sempre que elas ainda não tem coordenação motora firme, as vezes cai o suco, sujam a mesa na hora do lanche, algumas ainda usam fraldas descartáveis, tem que fazer higiene diária e como ainda são muito dependentes, isto dá trabalho.
Por isso, muitas vezes acontecem problemas quando o profissional esta na função apenas por que precisa do salário. É ai que acabam acontecendo aberrações como foi o caso que encontramos na internet daquela professora de Caxias do Sul, que cometeu aquele absurdo com um aluno de 5 anos colocando fita adesiva na boca da criança, desencadeando uma lesão alérgica na região, quando então os pais vieram ter conhecimento e foram fazer reclamação na escola causando a demissão da profissional.
Na educação infantil, é fundamental insistir no papel do professor como mediador, como aquele que constantemente proporciona modelos de atuação que o aluno irá progressivamente interiorizando.
É necessário que o professor exercite a capacidade de conhecer seus impulsos e ansiedades. Quando houver necessidade de chamar a atenção que se mantenha o volume de voz correto, não é por se falar alto que se tem autoridade, ter sempre o cuidado para não expor a criança publicando os seus erros ou dificuldades em tarefas, e sempre dar atenção igual a todos. Nesta faixa etária eles precisam sentir segurança afetiva - receba-os de forma calorosa, com beijinhos e abraços, expressões como estas não tirarão sua autoridade muito pelo contrario fará você conquistar o amor da criança e juntamente com ele o respeito e a confiança, que resultarão em obediência.
Vale ressaltar que autoridade se conquista com respeito e boa influencia enquanto que autoritarismo se impõe na marra: “Tem que fazer porque a professora aqui sou eu!”. Relacionamentos humanos são construídos e solidificados através do respeito e do reconhecimento e as crianças da pré-escola também gostam disso, então não poupe elogios.
Piaget, diz que o desenvolvimento cognitivo nesta etapa acontece por meio de imagens e habilidades da memória. O aprendizado é condicionado e mecânico e também são egocêntricos, começando gradualmente a assimilar que também existem os coleguinhas. Professor, explore bastante figuras, desenhos, imagens; incentive-os a compartilhar lanches, brinquedos, e materiais diversos.
3. CUIDADOS COM A CRIANÇA
A criança do ensino infantil necessita de cuidados especiais e de muito maior atenção por parte dos pais e educadores. Pois não podemos esquecer que elas estão sendo “Modeladas” e aquilo que elas serão na fase adulta vai depender muito de como tudo isso foi construído.
Por isso, compete aos pais a “vigilância”, o cuidado quanto a tudo aquilo que a criança tem sido exposta quando esta em casa. Que tipo de programação ela tem assistido - terror, novelas onde as cenas de sexo, rebeldia, traição, e todo tipo de lixo é disseminado. Como é o relacionamento entre os membros da família? Há respeito, consideração, costumam falar palavrões, quem são as pessoas que estão freqüentemente em sua casa? Não tem como esperar que a criança tenha um comportamento diferente daquele ao qual ela esta sendo exposta, até porque nesta faixa etária elas são imitadoras.
A criança é totalmente dependente da pessoa mais velha, não tem como decidir sozinha, esta completamente vulnerável e sujeita as boas e as más influencias. O caráter da criança está em formação é preciso que os pais saibam estabelecer limites.
E os educadores que são aqueles que recebem estas preciosidades que são as crianças, precisam ser éticos e agir com sensatez e sabedoria, considerando o contexto familiar de onde elas vêm, sempre buscando entender o comportamento de cada uma a partir de sua realidade, lembrando que não há uma fórmula mágica que funcione com todos e o fato de serem crianças não lhes tira a individualidade. E outro fator que jamais pode ser esquecido é o de que elas estão em processo de socialização onde aprenderão a cumprir horários, esperar sua vez, compartilhar seus brinquedos e o colo de sua professora.
De acordo com Piaget, crianças neste período estão em crescente redução do egocentrismo, por causa da socialização na escola, logo nem tudo é rebeldia, é preciso que se considere a fase da criança e que muitas de suas ações correspondem a este período.
CONCLUSÃO
Após observamos cada ponto que foi ressaltado para que seja mantida a disciplina em sala de aula no ensino infantil - O papel dos pais, O papel do professor e os Cuidados com a criança concluímos que se forem considerados e praticados não será tão difícil.
É preciso compreender, por exemplo, que no momento em que a escola e a família conseguirem estabelecer um acordo na forma como irão educar suas crianças, muitos dos conflitos que foram observados serão paulatinamente superados. No entanto, para que isso ocorra, é necessário que a família realmente participe da vida escolar dos seus filhos. Pais ou responsáveis devem comparecer à escola não apenas para entrega de avaliações ou por algum problema. O comparecimento e o envolvimento devem ser permanentes e, acima de tudo, construtivos numa completa harmonia desde que existem objetivos comuns.
E o professor por sua vez, deve ficar atento as características que são comuns as crianças nesta faixa etária, tendo sempre aquela visão de que eles estão em processo de formação, logo “nem tudo é rebeldia”. Lembrando sempre que sua participação na vida da criança não só no aspecto cognitivo, mas também em todos os outros aspectos tem grande peso.
REFERÊNCIAS
DAVIS, Claudia, OLIVEIRA, Zilma, Psicologia na Educação; Ed. Coreez; São Paulo, 1994.
CAMPOS, D.M.S. (1987), Psicologia da Aprendizagem; Ed. Vozes; Petrópolis (RJ).
SWINDOLL, Charles R. , A Busca do Caráter; Ed. Vida; Deerfield. Flórida, EUA.
GOTZENS, Concepición; A Disciplina Escolar: Prevenção e intervenção nos problemas de Comportamento; Trad. Fatima Murad; 2º Edição. Ed. Artmed; Porgto Alegre, 2003.
ANTUNEZ, Serafin; Disciplina e Convivencia na Instituição Escolar; Trad. Daisy Vaz de Moraes, Porto Alegre: Artmed Ed. 2002.
XAVIER, Merino, org; Disciplina Escolar: Enfrentamentos e reflexões. Porto Alegre: Ed. Mediação, 2002.
Artigo apresentado por alunos do curso de Pedagogia da UVA, na disciplina ATACC, sob orientação da professora Raquel Gomes
RESUMO
MARCIA SUZANE DE FREITAS BARRA
PATRÍCIA DA SILVA BENTES
SILVIA HELENA SILVA DE LIMA
Este artigo trata sobre como manter a disciplina em sala de aula com alunos do ensino infantil, destacando três tópicos que consideramos fundamentais, a saber: O papel da família, o papel do professor e os cuidados com a criança. Discorreremos cada um focalizando alguns detalhes imprescindíveis que precisam ser apreciados com toda atenção a fim de que seja alcançado o objetivo esperado por parte dos alunos, levando em consideração que os mesmos refletirão o meio onde vivem, e também não podemos ignorar as características que são peculiares nesta idade. Professor para trabalhar com essa idade tem que ter mais do que formação, precisa ter vocação e estar pronto para apresentar um universo de coisas novas de forma saudável e equilibrada tendo como meta o desenvolvimento pleno do aluno e não somente o aspecto cognitivo, pois é neste período que estão sendo estabelecidos os alicerces que formarão não apenas profissionais bem sucedidos, mas cidadãos respeitáveis e de caráter irrepreensível. E este processo fica sob a competência dos pais ou responsáveis e os educadores, nunca esquecendo que crianças nesta idade precisam de cuidados especiais, saibam estabelecer limites, lembrem-se que elas são imitadoras, que exemplo terão como base?
Palavras Chave: Disciplina, Pais, Professores, Crianças.
INTRODUÇÃO
Quando a criança inicia na escola, depara-se com o mundo novo, cercado de pessoas desconhecidas e isto automaticamente caracteriza-se em um choque, para alguns em maior proporção do que para outros, dependendo da realidade familiar dos mesmos, o que por sua vez acaba desencadeando comportamentos variados e alguns reflexos de indisciplina, que findam dificultando ao professor o controle em sala de aula.
Ao observarmos que a questão da indisciplina tem sido algo preocupante para muitos professores, decidimos pesquisar e discorrer sobre o assunto com o intuito de descobrir a origem do problema, as causas mais freqüentes e as possíveis soluções, objetivando ajudar crianças e professores no desenvolvimento de um relacionamento saudável onde a criança considere a autoridade do professor sujeitando-se de forma respeitosa às orientações e limites por ele estabelecidos.
Nossa pesquisa é de cunho bibliográfico e a delimitamos ao ensino infantil que compreende a faixa etária entre dois a cinco anos de idade. Conhecido como pré-escolar e encontrado somente em escolas particulares.
1. O PAPEL DA FAMÍLIA
Ah! Mais são tão pequenininhos! Será que não estão vendo problemas onde não existe?
Talvez este ainda seja o questionamento de alguns. É muito importante que fique bem esclarecido que a base de todo indivíduo está na família, e que desde bebezinho a criança já começa a assimilar características do meio a que faz parte: hábitos, costumes, regras, crenças...
Atualmente a família tem vivido uma grade crise, e não tem como ser evitado que os reflexos desta realidade sejam evidenciados em sala de aula. Aquela família tradicional, constituída de pai, mãe e filhos, é uma raridade; tem sido cada vez mais crescente os casos onde os pais trabalham fora, bem como o de separação e novo casamento e aquele núcleo familiar mais tradicional tem dado lugar a ausência dos pais e a diferentes famílias vivendo sob o mesmo teto. Se uma situação desta afeta pessoas maiores, não dá para dimensionar as sequelas que acabam ficando impressas nas emoções das crianças desta idade que muitas vezes são evidenciadas através de insegurança, sentimento de abandono, carência afetiva, agressividade, falta de concentração. E em contrapartida, alguns pais acabam carregando o sentimento de culpa e algumas vezes até de forma inconsciente tentam compensar estas carências dando tudo o que elas querem, não impondo limites, comprando roupas e brinquedos caros. E correção é algo que se desconhece em seus vocabulários. Numa tentativa de acertar, infelizmente, acabam trazendo sérios prejuízos às crianças, tornando-as desagradáveis e mal educadas, e tudo isto é muito mais sério do que se pensa, pois pode vir a desencadear deformidades no caráter da criança e uma série de outras consequências.
A mim me dá pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a “tirania da liberdade” em que as crianças podem tudo: gritam, riscam paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade. (FREIRE, 2000, p.29)
Como Freire diz, também existe aquele outro caso, que é o excesso de complacência, de permissividade, tudo o que a criança faz é lindo e não tem porque tolí-la.
Nunca esqueçam que a criança de hoje é o adulto de amanhã. Qual tem sido a sua contribuição para esta formação?
Esses conflitos acabam se agravando, principalmente quando a escola tenta intervir. Ocorre que muitos pais por tudo o que já foi citado, transferem responsabilidades à escola, mas não aceitam com tranqüilidade quando esta mesma escola exerce o papel que deveria ser deles.
Em outras palavras, como diz Zimermam, os pais que não tem condições emocionais para suportar a sua parcela de responsabilidade, acabam culpando aos professores e a escola pelo procedimento de seus filhos. E foi pensando nestas situações que o MEC teve a iniciativa e instituiu a data de 24 de abril como o dia nacional da família na escola. Neste dia todas as escolas são estimuladas a convidar os familiares dos alunos a participarem de suas atividades educativas, pois segundo declaração do ex-ministro da educação, Paulo Renato Souza: “Quando os pais se envolvem na educação dos filhos, eles aprendem mais.”
A família deve, portanto, se esforçar para estar presente em todos os momentos da vida de seus filhos. Presença que implica envolvimento, comprometimento e colaboração. Deve estar atenta às dificuldades não só cognitivas, mas também comportamentais.
2. O PAPEL DO PROFESSOR
O professor será aquele com quem a criança passará boa parte do seu tempo e é de sua competência procurar conhecer a realidade de cada aluno, o que se dará no decorrer da convivência e nas oportunidades de relacionamento com os pais e familiares dos mesmos.
O educador não pode esquecer que esta recebendo crianças com costumes e práticas muito variadas.
Educar, portanto não é uma tarefa fácil exige muito esforço, paciência e tranqüilidade. Exige saber ouvir e também saber calar. O medo de magoar ou decepcionar os pais deve ser substituído pela certeza de que o amor também se demonstra sendo firme no estabelecimento de limites e responsabilidades.
Para ser educador é preciso estar preparado, pois muitas vezes são incompreendidos quando por algum motivo precisam se ausentar, geralmente a cobrança é acirrada por parte dos pais. A comunicação aqui é fundamental, pois se você vem mostrando no decorrer dos meses que é um profissional responsável ficará mais fácil a compreensão dos mesmos.
Ser professor desta idade requer muito mais do que formação ou conhecimento de técnicas, tem que ter vocação especial e gostar muito de crianças. Lembrando sempre que elas ainda não tem coordenação motora firme, as vezes cai o suco, sujam a mesa na hora do lanche, algumas ainda usam fraldas descartáveis, tem que fazer higiene diária e como ainda são muito dependentes, isto dá trabalho.
Por isso, muitas vezes acontecem problemas quando o profissional esta na função apenas por que precisa do salário. É ai que acabam acontecendo aberrações como foi o caso que encontramos na internet daquela professora de Caxias do Sul, que cometeu aquele absurdo com um aluno de 5 anos colocando fita adesiva na boca da criança, desencadeando uma lesão alérgica na região, quando então os pais vieram ter conhecimento e foram fazer reclamação na escola causando a demissão da profissional.
Na educação infantil, é fundamental insistir no papel do professor como mediador, como aquele que constantemente proporciona modelos de atuação que o aluno irá progressivamente interiorizando.
É necessário que o professor exercite a capacidade de conhecer seus impulsos e ansiedades. Quando houver necessidade de chamar a atenção que se mantenha o volume de voz correto, não é por se falar alto que se tem autoridade, ter sempre o cuidado para não expor a criança publicando os seus erros ou dificuldades em tarefas, e sempre dar atenção igual a todos. Nesta faixa etária eles precisam sentir segurança afetiva - receba-os de forma calorosa, com beijinhos e abraços, expressões como estas não tirarão sua autoridade muito pelo contrario fará você conquistar o amor da criança e juntamente com ele o respeito e a confiança, que resultarão em obediência.
Vale ressaltar que autoridade se conquista com respeito e boa influencia enquanto que autoritarismo se impõe na marra: “Tem que fazer porque a professora aqui sou eu!”. Relacionamentos humanos são construídos e solidificados através do respeito e do reconhecimento e as crianças da pré-escola também gostam disso, então não poupe elogios.
Piaget, diz que o desenvolvimento cognitivo nesta etapa acontece por meio de imagens e habilidades da memória. O aprendizado é condicionado e mecânico e também são egocêntricos, começando gradualmente a assimilar que também existem os coleguinhas. Professor, explore bastante figuras, desenhos, imagens; incentive-os a compartilhar lanches, brinquedos, e materiais diversos.
3. CUIDADOS COM A CRIANÇA
A criança do ensino infantil necessita de cuidados especiais e de muito maior atenção por parte dos pais e educadores. Pois não podemos esquecer que elas estão sendo “Modeladas” e aquilo que elas serão na fase adulta vai depender muito de como tudo isso foi construído.
Por isso, compete aos pais a “vigilância”, o cuidado quanto a tudo aquilo que a criança tem sido exposta quando esta em casa. Que tipo de programação ela tem assistido - terror, novelas onde as cenas de sexo, rebeldia, traição, e todo tipo de lixo é disseminado. Como é o relacionamento entre os membros da família? Há respeito, consideração, costumam falar palavrões, quem são as pessoas que estão freqüentemente em sua casa? Não tem como esperar que a criança tenha um comportamento diferente daquele ao qual ela esta sendo exposta, até porque nesta faixa etária elas são imitadoras.
A criança é totalmente dependente da pessoa mais velha, não tem como decidir sozinha, esta completamente vulnerável e sujeita as boas e as más influencias. O caráter da criança está em formação é preciso que os pais saibam estabelecer limites.
E os educadores que são aqueles que recebem estas preciosidades que são as crianças, precisam ser éticos e agir com sensatez e sabedoria, considerando o contexto familiar de onde elas vêm, sempre buscando entender o comportamento de cada uma a partir de sua realidade, lembrando que não há uma fórmula mágica que funcione com todos e o fato de serem crianças não lhes tira a individualidade. E outro fator que jamais pode ser esquecido é o de que elas estão em processo de socialização onde aprenderão a cumprir horários, esperar sua vez, compartilhar seus brinquedos e o colo de sua professora.
De acordo com Piaget, crianças neste período estão em crescente redução do egocentrismo, por causa da socialização na escola, logo nem tudo é rebeldia, é preciso que se considere a fase da criança e que muitas de suas ações correspondem a este período.
CONCLUSÃO
Após observamos cada ponto que foi ressaltado para que seja mantida a disciplina em sala de aula no ensino infantil - O papel dos pais, O papel do professor e os Cuidados com a criança concluímos que se forem considerados e praticados não será tão difícil.
É preciso compreender, por exemplo, que no momento em que a escola e a família conseguirem estabelecer um acordo na forma como irão educar suas crianças, muitos dos conflitos que foram observados serão paulatinamente superados. No entanto, para que isso ocorra, é necessário que a família realmente participe da vida escolar dos seus filhos. Pais ou responsáveis devem comparecer à escola não apenas para entrega de avaliações ou por algum problema. O comparecimento e o envolvimento devem ser permanentes e, acima de tudo, construtivos numa completa harmonia desde que existem objetivos comuns.
E o professor por sua vez, deve ficar atento as características que são comuns as crianças nesta faixa etária, tendo sempre aquela visão de que eles estão em processo de formação, logo “nem tudo é rebeldia”. Lembrando sempre que sua participação na vida da criança não só no aspecto cognitivo, mas também em todos os outros aspectos tem grande peso.
REFERÊNCIAS
DAVIS, Claudia, OLIVEIRA, Zilma, Psicologia na Educação; Ed. Coreez; São Paulo, 1994.
CAMPOS, D.M.S. (1987), Psicologia da Aprendizagem; Ed. Vozes; Petrópolis (RJ).
SWINDOLL, Charles R. , A Busca do Caráter; Ed. Vida; Deerfield. Flórida, EUA.
GOTZENS, Concepición; A Disciplina Escolar: Prevenção e intervenção nos problemas de Comportamento; Trad. Fatima Murad; 2º Edição. Ed. Artmed; Porgto Alegre, 2003.
ANTUNEZ, Serafin; Disciplina e Convivencia na Instituição Escolar; Trad. Daisy Vaz de Moraes, Porto Alegre: Artmed Ed. 2002.
XAVIER, Merino, org; Disciplina Escolar: Enfrentamentos e reflexões. Porto Alegre: Ed. Mediação, 2002.